terça-feira, 14 de agosto de 2012

HOMÍLIA DO DECIMO SEXTO DOMINGO DO TEMPO COMUM


HOMÍLIA DO DECIMO SEXTO DOMINGO DO TEMPO COMUM
            As leituras desta liturgia nos ensina que somos todos servos do rebanho do Senhor. Neste rebanho o Senhor constituiu pastores com a missão de conduzir seu povo.  Israel viveu a experiência de ter em seu meio falsos pastores, mais preocupados consigo mesmo do que com o rebanho. A primeira leitura coloca em evidência o juízo sobre os pastores infiéis, a sua substituição e o zelo de Deus em cuidar do seu povo, e a promessa de um verdadeiro pastor.
            Deus ao enviar pastores vigia sobre o desempenho deles, pois o povo pertence a Deus. Serão pedidas rigorosas contas a estes pastores por não cuidarem bem do povo de Deus. A Igreja no seu conjunto e cada pastor deve prestar contas a Deus de como desempenha a missão recebida, tendo diante dos olhos o modelo de Jesus, o bom pastor. 
O evangelho nos mostra Jesus como o verdadeiro pastor. Dizia São Josemaría Escrivá: “A fome e a dor comovem Jesus, mas, sobretudo comove-o a ignorância”. Por falta de pastores que lhes preguem o evangelho muitos correm atrás do espiritismo e das seitas as mais variadas pensando que serão felizes. Só serão felizes quando seguirem Jesus como Ele quer ser seguido. Não adianta enganar-se! Todas essas pessoas são boas, muitas são honestas (mais do que muitos católicos), porém, é preciso dizer: essas coisas não estão de acordo com o Evangelho, com a Verdade de Deus.
Para ser um bom pastor é preciso aprender a ficar a sós com Jesus, de retirar-se para um lugar solitário. Não é possível comunicar o que não se tem. Daí a necessidade dos momentos de oração. Jesus, após as atividades apostólicas, retirava-se para as montanhas, onde permanecia em oração durante a noite. É impossível ter um apostolado fecundo sem estas pausas reparadoras aos pés do Mestre, destinadas a cobrar novas forças, não apenas físicas, mas, sobretudo, espirituais. Pausa de oração e de atenção interior para aprofundar a palavra do Senhor e encarná-la cada vez melhor, na própria vida. Já ensinava São Josemaría Escrivá: “… a tua vida de apóstolo vale o que valer a tua oração”.
Tanto para nós, pastores, quanto para vós, ovelhas, o exemplo de Cristo é motivo de questionamento e chamado à conversão. Para nós, pastores, é forte apelo a que sejamos como ele. Sejamos a presença dele no meio do rebanho, tendo seus sentimentos, suas atitudes, participando de sua entrega total. Pastores que não apascentam Cristo, que não vivem a vida de Cristo na carne de sua vida, não são pastores de fato; são maus pastores como aqueles do Antigo Testamento.
E para vós, ovelhas o Bom Pastor hoje vos convida a que vos entregueis totalmente a ele como ovelhas. Como a ovelha do Salmo de hoje, que confia totalmente no seu pastor, ainda mesmo que passe pelo vale tenebroso, porque sabe que o pastor é fiel, que o pastor haverá de defendê-la. Que Jesus, cheio de amor e misericórdia, nos conduza aos campos verdejantes, nos faça descansar, restaure nossas forças, guie-nos no caminho mais seguro, nos prepare a mesa eucarística e nos dê habitação na sua casa pelos tempos infinitos.

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