HOMÍLIA
DO DECIMO SEXTO DOMINGO DO TEMPO COMUM
As leituras desta liturgia nos
ensina que somos todos servos do rebanho do Senhor. Neste rebanho o Senhor
constituiu pastores com a missão de conduzir seu povo. Israel viveu a experiência de ter em seu meio
falsos pastores, mais preocupados consigo mesmo do que com o rebanho. A primeira
leitura coloca em evidência o juízo sobre os pastores infiéis, a sua
substituição e o zelo de Deus em cuidar do seu povo, e a promessa de um
verdadeiro pastor.
Deus ao enviar pastores vigia sobre
o desempenho deles, pois o povo pertence a Deus. Serão pedidas rigorosas contas
a estes pastores por não cuidarem bem do povo de Deus. A Igreja no seu conjunto
e cada pastor deve prestar contas a Deus de como desempenha a missão recebida,
tendo diante dos olhos o modelo de Jesus, o bom pastor.
O evangelho nos mostra Jesus como o
verdadeiro pastor. Dizia São Josemaría Escrivá: “A fome e a dor comovem Jesus,
mas, sobretudo comove-o a ignorância”. Por falta de pastores que lhes preguem o
evangelho muitos correm atrás do espiritismo e das seitas as mais variadas
pensando que serão felizes. Só serão felizes quando seguirem Jesus como Ele
quer ser seguido. Não adianta enganar-se! Todas essas pessoas são boas, muitas
são honestas (mais do que muitos católicos), porém, é preciso dizer: essas
coisas não estão de acordo com o Evangelho, com a Verdade de Deus.
Para ser um bom pastor é preciso aprender a ficar a sós com
Jesus, de retirar-se para um lugar solitário. Não é possível comunicar o que
não se tem. Daí a necessidade dos momentos de oração. Jesus, após as atividades
apostólicas, retirava-se para as montanhas, onde permanecia em oração durante a
noite. É impossível ter um apostolado fecundo sem estas pausas reparadoras aos
pés do Mestre, destinadas a cobrar novas forças, não apenas físicas, mas,
sobretudo, espirituais. Pausa de oração e de atenção interior para aprofundar a
palavra do Senhor e encarná-la cada vez melhor, na própria vida. Já ensinava
São Josemaría Escrivá: “… a tua vida de apóstolo vale o que valer a tua
oração”.
Tanto para nós, pastores, quanto para vós, ovelhas, o exemplo
de Cristo é motivo de questionamento e chamado à conversão. Para nós, pastores,
é forte apelo a que sejamos como ele. Sejamos a presença dele no meio do
rebanho, tendo seus sentimentos, suas atitudes, participando de sua entrega
total. Pastores que não apascentam Cristo, que não vivem a vida de Cristo na
carne de sua vida, não são pastores de fato; são maus pastores como aqueles do
Antigo Testamento.
E para vós, ovelhas o Bom Pastor hoje vos convida a que vos
entregueis totalmente a ele como ovelhas. Como a ovelha do Salmo de hoje, que
confia totalmente no seu pastor, ainda mesmo que passe pelo vale tenebroso,
porque sabe que o pastor é fiel, que o pastor haverá de defendê-la. Que Jesus,
cheio de amor e misericórdia, nos conduza aos campos verdejantes, nos faça
descansar, restaure nossas forças, guie-nos no caminho mais seguro, nos prepare
a mesa eucarística e nos dê habitação na sua casa pelos tempos infinitos.
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