terça-feira, 14 de agosto de 2012

HOMÍLIA DO DECIMO PRIMEIRO DOMINGO DO TEMPO COMUM


HOMÍLIA DO DECIMO PRIMEIRO DOMINGO DO TEMPO COMUM

            A primeira leitura do Antigo Testamento afirma que: Deus resiste aos soberbos e humilha-os para que na impotência humana se evidencie a onipotência divina. O povo de Israel começou a se orgulhar por ser o povo eleito. Deus os afligiu e os provou enviando-os ao cativeiro reduzindo-os a um pequeno resto.
            As humilhações fazem parte da pedagogia divina, são necessárias para que o homem seja purificado do seu orgulho e aprenda a reconhecer que todas as graças e bênçãos vem de Deus. Deus permite estas coisas não para torturar a criatura que escolheu por segui-lo mais de perto, para purificá-lo e preparar para uma comunhão mais profunda com ele. Mas não esqueçamos toda purificação é dolorosa.
            São Josemaria Escrivá dizia: Nós somos pedras, que se movem, que sentem que tem liberdade. O próprio Deus é o pedreiro que nos tira as arestas, modificando-nos conforme deseja a golpes de martelo. Não nos afastemos, não fujamos a sua vontade por que de qualquer maneira não poderemos evitar os golpes. Se fugirmos sofreremos mais e inutilmente, e em lugar de pedra polida boa para edificar seremos um montão enorme de cascalho que os homens pisarão com desprezo (Caminho 756)   
            No evangelho encontramos a parábola da semente e do grão de mostarda. O agricultor deve esforçar-se por preparar bem o terreno, mas uma vez tendo semeado não pode fazer mais nada a não ser esperar pelos frutos. O desenvolvimento da planta não cabe a ele. Aqui está o segredo do Evangelho, este dará fruto não dependendo de quem o semeia. Cabe ao evangelizador semear a palavra, esta se desenvolverá segundo o coração dos ouvintes e a graça do Espírito Santo. Tudo se realizará sem que ele saiba como.
            É assim o crescimento do Reino de Deus na sociedade, na comunidade e na vida pessoal de cada um. Deus opera silenciosamente em nós uma transformação, fazendo brotar do fundo de nossas almas decisões de uma maior fidelidade ao Evangelho de uma correspondência maior a sua graça. O Espírito Santo com a s suas inspirações vai dando um tom sobrenatural aos nossos desejos e obras. Se formos dóceis as suas inspirações o Espírito Santo vai formando a imagem de Jesus Cristo em nós.  
Somos o grão de mostarda em relação à tarefa que o Senhor nos confiou no meio do mundo. Não devemos esquecer a desproporção entre os meios ao nosso alcance e a vastidão do apostolado que devemos realizar; mas também não podemos esquecer que sempre teremos a ajuda do Senhor. Surgirão dificuldades, e então seremos mais conscientes da nossa insignificância e não teremos outro remédio senão confiar mais no Mestre e no caráter sobrenatural da obra que nos encomenda.
Quantas vezes queremos desanimar devido aos poucos frutos que colhemos em nosso apostolado.  Se não perdermos de vista a nossa fraqueza e a ajuda da graça, permaneceremos sempre firmes às expectativas do Senhor em relação a cada um de nós. Com Ele, podemos tudo.
Enfim ensina São Josemaria Escrivá: “Nas horas de luta e contradição, quando talvez “os bons” encham de obstáculos o teu caminho, levanta o teu coração de apóstolo; ouve Jesus que fala do grão de mostarda e do fermento. E sentirás a alegria de contemplar a vitória futura: aves do céu à sombra do teu apostolado, agora incipiente; e toda a massa fermentada” (Caminho, 695)

Nenhum comentário:

Postar um comentário