HOMÍLIA
DO DECIMO PRIMEIRO DOMINGO DO TEMPO COMUM
A primeira leitura do Antigo
Testamento afirma que: Deus resiste aos soberbos e humilha-os para que na
impotência humana se evidencie a onipotência divina. O povo de Israel começou a
se orgulhar por ser o povo eleito. Deus os afligiu e os provou enviando-os ao
cativeiro reduzindo-os a um pequeno resto.
As humilhações fazem parte da
pedagogia divina, são necessárias para que o homem seja purificado do seu
orgulho e aprenda a reconhecer que todas as graças e bênçãos vem de Deus. Deus
permite estas coisas não para torturar a criatura que escolheu por segui-lo
mais de perto, para purificá-lo e preparar para uma comunhão mais profunda com
ele. Mas não esqueçamos toda purificação é dolorosa.
São Josemaria Escrivá dizia: Nós
somos pedras, que se movem, que sentem que tem liberdade. O próprio Deus é o
pedreiro que nos tira as arestas, modificando-nos conforme deseja a golpes de
martelo. Não nos afastemos, não fujamos a sua vontade por que de qualquer
maneira não poderemos evitar os golpes. Se fugirmos sofreremos mais e
inutilmente, e em lugar de pedra polida boa para edificar seremos um montão
enorme de cascalho que os homens pisarão com desprezo (Caminho 756)
No evangelho encontramos a parábola
da semente e do grão de mostarda. O agricultor deve esforçar-se por preparar
bem o terreno, mas uma vez tendo semeado não pode fazer mais nada a não ser
esperar pelos frutos. O desenvolvimento da planta não cabe a ele. Aqui está o
segredo do Evangelho, este dará fruto não dependendo de quem o semeia. Cabe ao
evangelizador semear a palavra, esta se desenvolverá segundo o coração dos
ouvintes e a graça do Espírito Santo. Tudo se realizará sem que ele saiba como.
É assim o crescimento do Reino de
Deus na sociedade, na comunidade e na vida pessoal de cada um. Deus opera
silenciosamente em nós uma transformação, fazendo brotar do fundo de nossas
almas decisões de uma maior fidelidade ao Evangelho de uma correspondência
maior a sua graça. O Espírito Santo com a s suas inspirações vai dando um tom
sobrenatural aos nossos desejos e obras. Se formos dóceis as suas inspirações o
Espírito Santo vai formando a imagem de Jesus Cristo em nós.
Somos o grão de mostarda em relação à
tarefa que o Senhor nos confiou no meio do mundo. Não devemos esquecer a
desproporção entre os meios ao nosso alcance e a vastidão do apostolado que
devemos realizar; mas também não podemos esquecer que sempre teremos a ajuda do
Senhor. Surgirão dificuldades, e então seremos mais conscientes da nossa insignificância
e não teremos outro remédio senão confiar mais no Mestre e no caráter
sobrenatural da obra que nos encomenda.
Quantas vezes queremos desanimar
devido aos poucos frutos que colhemos em nosso apostolado. Se não perdermos de vista a nossa fraqueza e a
ajuda da graça, permaneceremos sempre firmes às expectativas do Senhor em
relação a cada um de nós. Com Ele, podemos tudo.
Enfim ensina São Josemaria Escrivá: “Nas
horas de luta e contradição, quando talvez “os bons” encham de obstáculos o teu
caminho, levanta o teu coração de apóstolo; ouve Jesus que fala do grão de
mostarda e do fermento. E sentirás a alegria de contemplar a vitória futura:
aves do céu à sombra do teu apostolado, agora incipiente; e toda a massa
fermentada” (Caminho, 695)
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