HOMÍLIA
DA SOLENIDADE DA ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA
Depois da sua peregrinação neste mundo Maria foi elevada a glória celeste, onde
está sentada a direita de seu divino Filho. É assim que se inicia a formula do dogma da Assunção de Nossa Senhora ao céu, proclamada por Pio XII em 1950. As leituras contemplam esta realidade. A 1ª
Leitura apresenta uma mulher vestida com o sol, tendo a lua sob os pés, o Filho
que ela deu à luz, um varão, irá reger todas as nações. Nesta imagem a Mulher e
o Filho representam Jesus Cristo e a Igreja, mais a mulher representa também
Maria.
A 2ª Leitura
completa a idéia da 1ª. Paulo, falando de Cristo, primícias dos ressuscitados,
termina dizendo que, um dia, todos os que crêem terão parte na Sua
glorificação, mas em proporção diversa: “Primeiro, Cristo, como os primeiros
frutos da seara; e a seguir, os que pertencem a Cristo”. Entre os cristãos, o
primeiro lugar pertence, sem dúvida, a Nossa Senhora, que foi sempre de Deus,
porque jamais conheceu o pecado. É a única criatura em quem o esplendor da
imagem de Deus nunca se viu ofuscado; é a Imaculada Conceição, a obra prima e
intacta da Santíssima Trindade em quem o Pai, o Filho e o Espírito Santo
sentiram as suas complacências, encontrando nela uma resposta total ao Seu
amor.
Ela é a nossa
grande intercessora junto do Altíssimo. “Nunca se ouviu dizer que algum daqueles que
tivesse recorrido à vossa proteção fosse por Vós desamparado”, rezava São
Bernardo. Procuremos confiar mais na sua intercessão, persuadidos de que Ela é
a Rainha dos céus e da terra, o refúgio dos pecadores, e peçamos-lhe com
simplicidade: Mostrai-nos Jesus!
A Assunção de Maria é uma preciosa antecipação
da nossa ressurreição e baseia-se na ressurreição de Cristo, que transformará o
nosso corpo corruptível, fazendo-o semelhante ao seu corpo glorioso. Por isso
São Paulo recorda-nos: “Se a morte veio pelo pecado de Adão, também por um
homem, Cristo, veio à ressurreição. Por Ele, todos retornarão à vida, mas cada
um a seu tempo: como primícias, Cristo; em seguida, quando Ele voltar, todos os
que são de Cristo; depois , os últimos, quando Cristo devolver a Deus Pai o seu
reino…
Essa vinda de
Cristo, de que fala o Apóstolo, disse o Papa João Paulo II, “não devia por
acaso cumprir-se, neste único caso (o da Virgem), de modo excepcional, por
dizê-lo assim, imediatamente, quer dizer, no momento da conclusão da sua vida
terrena? Esse final da vida que para todos os homens é a morte, a Tradição, no
caso de Maria, chama-o com mais propriedade dormição. Para nós, a Solenidade de
hoje é como uma continuação da Páscoa, da Ressurreição e da Ascensão do Senhor.
E é, ao mesmo tempo, o sinal e a fonte da esperança da vida eterna e da futura
ressurreição”.
Fixemos o nosso olhar
em Maria, já assunta aos céus. Ela é a certeza e a prova de que os seus filhos
estarão um dia com o corpo glorificado junto de Cristo glorioso. Jamais
percamos a esperança de um dia participarmos da glória do céu. Se formos
verdadeiros devotos da Virgem ela nos tomará pela Mao nos conduzirá ate Jesus.
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