sexta-feira, 31 de agosto de 2012

HOMÍLIA DO VIGESIMO PRIMEIRO DOMINGO DO TEMPO COMUM


HOMÍLIA DO VIGESIMO PRIMEIRO DOMINGO DO TEMPO COMUM
Depois da entrada na terra prometida Josué reúne Israel e o desafia a uma decisão: “A quem quereis servir? Ao Senhor ou aos deuses de Canaã?” Na realidade a proposta é ou Deus ou is ídolos.  De pronto Israel responde: Longe de nós abandonarmos o Senhor. Queremos servir ao Senhor. Resposta vigorosa que nem sempre corresponderá na prática Quantas vezes Israel se afastará do Senhor, mesmo reconhecendo que ele é o único Deus a maior parte não será fiel.
Mas como servir ao Senhor? Como segui-lo? Onde encontraremos as suas normas e diretrizes para bem segui-lo? Aqui está a questão. Querer seguir ao senhor todos querem, mas infelizmente cada um a seu jeito.
Quando batizados também nos foi proposto o seguimento do Senhor. Ali eram os nossos pais quem deram a resposta. Mas em cada liturgia, na recitação da profissão de fé testemunhamos a nossa opção em seguir ao Senhor. Não queremos ficar longe do Senhor. Porém, muitas vezes a sua linguagem é dura e como os discípulos do Evangelho nos afastamos dele, ou então, pior ainda construímos um evangelho partindo de nossas ideias e atitudes. Criamos na realidade um ídolo que não pode nos questionar. E ficamos muito satisfeitos.
Somos neste domingo chamados a refletir que não basta escolher Deus uma vez na vida, mas que é preciso renovar cada dia essa escolha, recordando que é impossível servir a Deus e ao mundo.
Ao concluir o discurso sobre o pão da vida também Jesus impõe uma escolha: segui-lo aceitando o mistério da eucaristia, ou separar-se dele. As palavras de Jesus escandalizam não somente os judeus, mas também os seguidores de Jesus. Porém o Senhor não cede pelo contrário adverte a necessidade da fé. Esta fé que nos é oferecida como dom no batismo.
Para seguir Jesus é necessária a fé. Crer em tudo aquilo que Deus nos propõe. Como é difícil caminhar na obediência da fé, principalmente para o homem moderno. Obedecer na fé é submeter-se livremente à palavra escutada, por a sua verdade ser garantida por Deus, que é a própria verdade. Não há outro meio para seguir Jesus. O papa Bento XVI afirma que “A PORTA DA FÉ, que introduz na vida de comunhão com Deus e permite a entrada na sua Igreja, está sempre aberta para nós. É possível cruzar este limiar, quando a Palavra de Deus é anunciada e o coração se deixa plasmar pela graça que transforma. Atravessar esta porta implica embrenhar-se num caminho que dura à vida inteira”.

sábado, 18 de agosto de 2012

HOMÍLIA DA SOLENIDADE DA ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA


HOMÍLIA DA SOLENIDADE DA ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA
Depois da sua peregrinação neste mundo Maria foi elevada a glória celeste, onde está sentada a direita de seu divino Filho. É assim que se inicia a formula do dogma da Assunção de Nossa Senhora ao céu, proclamada por Pio XII em 1950.  As leituras contemplam esta realidade. A 1ª Leitura apresenta uma mulher vestida com o sol, tendo a lua sob os pés, o Filho que ela deu à luz, um varão, irá reger todas as nações. Nesta imagem a Mulher e o Filho representam Jesus Cristo e a Igreja, mais a mulher representa também Maria.
A 2ª Leitura completa a idéia da 1ª. Paulo, falando de Cristo, primícias dos ressuscitados, termina dizendo que, um dia, todos os que crêem terão parte na Sua glorificação, mas em proporção diversa: “Primeiro, Cristo, como os primeiros frutos da seara; e a seguir, os que pertencem a Cristo”. Entre os cristãos, o primeiro lugar pertence, sem dúvida, a Nossa Senhora, que foi sempre de Deus, porque jamais conheceu o pecado. É a única criatura em quem o esplendor da imagem de Deus nunca se viu ofuscado; é a Imaculada Conceição, a obra prima e intacta da Santíssima Trindade em quem o Pai, o Filho e o Espírito Santo sentiram as suas complacências, encontrando nela uma resposta total ao Seu amor.
Ela é a nossa grande intercessora junto do Altíssimo.  “Nunca se ouviu dizer que algum daqueles que tivesse recorrido à vossa proteção fosse por Vós desamparado”, rezava São Bernardo. Procuremos confiar mais na sua intercessão, persuadidos de que Ela é a Rainha dos céus e da terra, o refúgio dos pecadores, e peçamos-lhe com simplicidade: Mostrai-nos Jesus!
 A Assunção de Maria é uma preciosa antecipação da nossa ressurreição e baseia-se na ressurreição de Cristo, que transformará o nosso corpo corruptível, fazendo-o semelhante ao seu corpo glorioso. Por isso São Paulo recorda-nos: “Se a morte veio pelo pecado de Adão, também por um homem, Cristo, veio à ressurreição. Por Ele, todos retornarão à vida, mas cada um a seu tempo: como primícias, Cristo; em seguida, quando Ele voltar, todos os que são de Cristo; depois , os últimos, quando Cristo devolver a Deus Pai o seu reino…
Essa vinda de Cristo, de que fala o Apóstolo, disse o Papa João Paulo II, “não devia por acaso cumprir-se, neste único caso (o da Virgem), de modo excepcional, por dizê-lo assim, imediatamente, quer dizer, no momento da conclusão da sua vida terrena? Esse final da vida que para todos os homens é a morte, a Tradição, no caso de Maria, chama-o com mais propriedade dormição. Para nós, a Solenidade de hoje é como uma continuação da Páscoa, da Ressurreição e da Ascensão do Senhor. E é, ao mesmo tempo, o sinal e a fonte da esperança da vida eterna e da futura ressurreição”.
Fixemos o nosso olhar em Maria, já assunta aos céus. Ela é a certeza e a prova de que os seus filhos estarão um dia com o corpo glorificado junto de Cristo glorioso. Jamais percamos a esperança de um dia participarmos da glória do céu. Se formos verdadeiros devotos da Virgem ela nos tomará pela Mao nos conduzirá ate Jesus.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

HOMÍLIA DO DECIMO NONO DOMINGO DO TEMPO COMUM


HOMÍLIA DO DECIMO NONO DOMINGO DO TEMPO COMUM

“Naqueles dias, Elias entrou deserto adentro e caminhou o dia todo”. Caminhar é próprio de todo àquele que acredita no Senhor. Lembremos a caminhada de Abraão, do povo de Deus também pelo deserto. Do próprio Jesus que caminhou e se fez caminho quando afirmou: “Eu sou o caminho...”.
Os peregrinos da Bíblia não caminham a esmo. Só um caminha a esmo, o Diabo, pois quando Deus perguntou no livro de Jó o que o Diabo estava fazendo ele respondeu: estou caminhado a esmo. Para os homens de Deus a caminhada tem um objetivo: é sempre para o encontro com Deus. Abraão caminhou para o lugar que Deus lhe havia indicado, Moises para a terra prometida, Elias caminhou para o Horeb, a montanha de Deus, Jesus caminhou para a cruz e a ressurreição, a multidão do apocalipse para o Reino de Deus.
Para Agar, escrava de Abraão, Deus perguntou “Para onde você vai”. Aqui podemos refletir: E eu estou caminhado para onde? Eu caminho a esmo como o Diabo? Qual o objetivo da minha vida?
A montanha para o qual o Profeta se dirige é imagem do Céu, e o trajeto de quarenta dias representa a longa viagem que vem a ser a nossa passagem pela terra; uma viagem semeada também de tentações, cansaços e dificuldades que por vezes nos fazem fraquejar o ânimo e a esperança. Mas, de maneira semelhante ao Anjo, a Igreja convida-nos a alimentar a nossa alma com um pão totalmente singular, que é o próprio Cristo, presente na Sagrada Eucaristia. Nele encontramos sempre as forças necessárias para chegarmos até o Céu, apesar da nossa fraqueza.
Hoje, o Senhor recorda-nos vivamente a necessidade que temos de recebê-Lo na Sagrada Comunhão para termos forças e assim podermos fazer a nossa caminhada, para vencermos as tentações, para que a vida da graça recebida no Batismo se desenvolva em nós.
A Eucaristia não é somente alimento para o nosso caminho, não somente sustento da nossa vida, não somente é penhor de vida eterna, como também nos dá a graça do Santo Espírito, que nos faz ser um só corpo em Cristo. Comungando do Corpo do Senhor na Eucaristia, nós nos tornamos cada vez mais unidos no corpo do Senhor, que é a Igreja! Assim viveremos o que diz a segunda leitura: “Vivei no amor, como Cristo nos amou e se entregou a si mesmo a Deus por nós, em oblação e sacrifício de suave odor”. A nossa participação no sacrifício eucarístico de Cristo deve nos levar a um novo modo de viver que significa comunhão com Deus e com os irmãos: “Sede bons uns para com os outros, sede compassivos; perdoai-vos mutuamente, como Deus vos perdoou por meio de Cristo”.
Quem comunga em estado de graça recebe o próprio Cristo, fonte de toda a graça. A Eucaristia é, por isso, o maior sacramento, o centro e cume de todos os demais. A presença real de Cristo dá a este sacramento uma eficácia sobrenatural infinita.

HOMÍLIA DO DECIMO SETIMO DOMINGO COMUM


HOMÍLIA DO DECIMO SETIMO DOMINGO COMUM

O tema da liturgia de hoje é a providência que é o cuidado de Deus por todas as suas criaturas, o Deus que nos criou também nos conserva e sustenta. Esta providencia de Deus acontece de modo concreto e direto, o Senhor cuida de tudo, desde as mínimas coisas até os grandes acontecimentos do mundo e da história. 
Na primeira leitura escutamos a história da multiplicação dos pães feita pelo profeta Eliseu. Deus providencia o necessário para o seu povo. Este haverá de satisfazer a sua fome e ainda sobrará. 
No evangelho, antes da Páscoa, Jesus realiza o milagre dos pães, prefigurando a Eucaristia. Este evangelho está em continuação com o evangelho de domingo passado. Depois de saciar a fome espiritual Jesus satisfaz a fome material.
Com a multiplicação dos pães Jesus ensina aos seus discípulos a confiar nele perante as dificuldades que encontrarão em suas vidas. Principalmente no trabalho do apostolado. Devem usar os meios que tiverem ainda que sejam insuficientes, como neste caso o era os cinco pães e os dois peixes. Jesus entrará com o que falta. Na vida cristã devemos por a disposição do Senhor o que temos ainda que seja pouco confiando que o que está faltando o Senhor completará.
Quando Santa Tereza D’Avila começou a reforma do Carmelo e fundou o Mosteiro de São José não tinha nenhuma condição financeira, as dificuldades eram imensas, por isso, ela pensou em desanimar, mas um dia enquanto comungava Jesus lhe disse: “Já te falei que comeces como puderes. Ó cobiça do gênero humano que até a terra pensas que te há de faltar! Quantas vezes dormi no relento por não ter onde me abrigar!” E a santa por ter confiado em Deus conseguiu obter êxito na sua missão. Tenhamos, pois fé sem permitir que o desalento nos domine. Comecemos a trabalhar que o Senhor estará pronto para nos socorrer. 
Neste milagre há uma prefiguração da Eucaristia. A eucaristia faz com que os cristãos de todos os tempos formem um só corpo.  Igreja é o corpo de Cristo presente neste mundo. Quando comungamos recebemos o corpo de Cristo.
Por isso Santo Agostinho dizia: Se receberdes a eucaristia diariamente, vocês são o que haveis recebido. Um único corpo e um único pão. Eis a maneira como exponho este sacramento da mesa do Senhor: Sendo muitos somos um único corpo, um único pão.  Neste pão percebeis a importância de como deveis amar a unidade. Por acaso, este pão foi elaborado de um único grão? Não eram muitos os grãos

HOMÍLIA DO DECIMO SEXTO DOMINGO DO TEMPO COMUM


HOMÍLIA DO DECIMO SEXTO DOMINGO DO TEMPO COMUM
            As leituras desta liturgia nos ensina que somos todos servos do rebanho do Senhor. Neste rebanho o Senhor constituiu pastores com a missão de conduzir seu povo.  Israel viveu a experiência de ter em seu meio falsos pastores, mais preocupados consigo mesmo do que com o rebanho. A primeira leitura coloca em evidência o juízo sobre os pastores infiéis, a sua substituição e o zelo de Deus em cuidar do seu povo, e a promessa de um verdadeiro pastor.
            Deus ao enviar pastores vigia sobre o desempenho deles, pois o povo pertence a Deus. Serão pedidas rigorosas contas a estes pastores por não cuidarem bem do povo de Deus. A Igreja no seu conjunto e cada pastor deve prestar contas a Deus de como desempenha a missão recebida, tendo diante dos olhos o modelo de Jesus, o bom pastor. 
O evangelho nos mostra Jesus como o verdadeiro pastor. Dizia São Josemaría Escrivá: “A fome e a dor comovem Jesus, mas, sobretudo comove-o a ignorância”. Por falta de pastores que lhes preguem o evangelho muitos correm atrás do espiritismo e das seitas as mais variadas pensando que serão felizes. Só serão felizes quando seguirem Jesus como Ele quer ser seguido. Não adianta enganar-se! Todas essas pessoas são boas, muitas são honestas (mais do que muitos católicos), porém, é preciso dizer: essas coisas não estão de acordo com o Evangelho, com a Verdade de Deus.
Para ser um bom pastor é preciso aprender a ficar a sós com Jesus, de retirar-se para um lugar solitário. Não é possível comunicar o que não se tem. Daí a necessidade dos momentos de oração. Jesus, após as atividades apostólicas, retirava-se para as montanhas, onde permanecia em oração durante a noite. É impossível ter um apostolado fecundo sem estas pausas reparadoras aos pés do Mestre, destinadas a cobrar novas forças, não apenas físicas, mas, sobretudo, espirituais. Pausa de oração e de atenção interior para aprofundar a palavra do Senhor e encarná-la cada vez melhor, na própria vida. Já ensinava São Josemaría Escrivá: “… a tua vida de apóstolo vale o que valer a tua oração”.
Tanto para nós, pastores, quanto para vós, ovelhas, o exemplo de Cristo é motivo de questionamento e chamado à conversão. Para nós, pastores, é forte apelo a que sejamos como ele. Sejamos a presença dele no meio do rebanho, tendo seus sentimentos, suas atitudes, participando de sua entrega total. Pastores que não apascentam Cristo, que não vivem a vida de Cristo na carne de sua vida, não são pastores de fato; são maus pastores como aqueles do Antigo Testamento.
E para vós, ovelhas o Bom Pastor hoje vos convida a que vos entregueis totalmente a ele como ovelhas. Como a ovelha do Salmo de hoje, que confia totalmente no seu pastor, ainda mesmo que passe pelo vale tenebroso, porque sabe que o pastor é fiel, que o pastor haverá de defendê-la. Que Jesus, cheio de amor e misericórdia, nos conduza aos campos verdejantes, nos faça descansar, restaure nossas forças, guie-nos no caminho mais seguro, nos prepare a mesa eucarística e nos dê habitação na sua casa pelos tempos infinitos.

HOMÍLIA DO DECIMO QUARTO DOMINGO DO TEMPO COMUM


HOMÍLIA DO DECIMO QUARTO DOMINGO DO TEMPO COMUM
A liturgia deste domingo denuncia um dos pecados mais graves da casa de Israel e podemos dizer que um dos pecados mais grave de todo o Povo de Deus: a falta de fé. Se a idolatria caracterizava o pecado das nações pagãs, a incredulidade afeta o próprio povo de Deus.
Na primeira leitura o profeta chama o povo de “nações de rebeldes, filhos de cabeça dura e coração de pedra”. Estas palavras não são somente para Israel. Somos também um povo de cabeça dura, rebeldes, colocamos muitas dificuldades para aderir ao Senhor, não queremos abrir mão de nossas comodidades, enfrentar uma conversão séria, com um desejo sincero de mudança de vida. Nem sempre acolhemos a Palavra do Senhor. Quantas vezes resistimos e colocamos os nossos próprios argumentos ou nossa própria sabedoria quando a Igreja nos ensina o caminho da vida.
A maior crise da Igreja Católica é a falta de fé. Quantas dificuldades em acreditar na Palavra de Deus.  Demonstramos falta de fé quando ao lermos o Evangelho, chegamos à conclusão que tudo aquilo é impossível ser vivido, que não podemos chegar a metas tão altas, que a santidade é coisa para poucos. Ao escutar o Magistério da Igreja ensinando as exigências do amor de Deus, criticamos e não nos dispomos a seguir pelos caminhos que o Senhor deseja e que o Papa e os Bispos em comunhão com ele nos transmitem.
            Sinas de falta de fé. A vida cristã se torna árida, distante.  Nestas situações Jesus não pode fazer nenhum milagre em nossas vidas. Ele não encontra acolhida, a fé dos milagres. Em Nazaré não fez milagres, não porque Lhe faltasse poder, mas como castigo da incredulidade dos seus concidadãos. O que aconteceu em Nazaré pode acontecer também hoje na Igreja e com cada um de nós.
A segunda leitura nos ensina que é necessário aprender a olhar as pessoas e os acontecimentos com a luz da fé. Foi com esses olhos que S. Paulo encarou o seu ministério apostólico. Sentia em si a fraqueza, o pecado. A sua miséria o leva a desanimar. Recebeu, porém, de Deus uma resposta: “Basta-te a minha graça, pois é na fraqueza que a força se manifesta”. Ao contar com a ajuda de Deus, Paulo tornava-se mais forte.
As dificuldades podem converte-se num bem. São Tomás explica que Deus pode permitir algumas vezes certos males para obter bens maiores ou mais necessários. O Senhor nunca nos abandonará no meio das provações. A nossa própria debilidade ajuda-nos a confiar mais, a sermos mais humildes. “Com fé no Senhor, apesar das nossas misérias, seremos fiéis ao nosso Pai – Deus, e o poder divino brilhará, sustentando-nos no meio da nossa fraqueza” dizia São Josemaria Escrivá.
Na nossa fraqueza, experimentamos constantemente a necessidade de recorrer a Deus. Quantas vezes o Senhor nos terá dito na intimidade do nosso coração: Basta-te a minha graça, tens a minha ajuda para venceres nas provas e dificuldades!
Façamos nesta liturgia um sério exame de consciência. A falta de solução para aquelas dificuldades que estou enfrentando não será por que eu com a minha incredulidade estou impedindo que o Senhor atue de forma mais eficaz em minha vida?

HOMÍLIA DO DECIMO PRIMEIRO DOMINGO DO TEMPO COMUM


HOMÍLIA DO DECIMO PRIMEIRO DOMINGO DO TEMPO COMUM

            A primeira leitura do Antigo Testamento afirma que: Deus resiste aos soberbos e humilha-os para que na impotência humana se evidencie a onipotência divina. O povo de Israel começou a se orgulhar por ser o povo eleito. Deus os afligiu e os provou enviando-os ao cativeiro reduzindo-os a um pequeno resto.
            As humilhações fazem parte da pedagogia divina, são necessárias para que o homem seja purificado do seu orgulho e aprenda a reconhecer que todas as graças e bênçãos vem de Deus. Deus permite estas coisas não para torturar a criatura que escolheu por segui-lo mais de perto, para purificá-lo e preparar para uma comunhão mais profunda com ele. Mas não esqueçamos toda purificação é dolorosa.
            São Josemaria Escrivá dizia: Nós somos pedras, que se movem, que sentem que tem liberdade. O próprio Deus é o pedreiro que nos tira as arestas, modificando-nos conforme deseja a golpes de martelo. Não nos afastemos, não fujamos a sua vontade por que de qualquer maneira não poderemos evitar os golpes. Se fugirmos sofreremos mais e inutilmente, e em lugar de pedra polida boa para edificar seremos um montão enorme de cascalho que os homens pisarão com desprezo (Caminho 756)   
            No evangelho encontramos a parábola da semente e do grão de mostarda. O agricultor deve esforçar-se por preparar bem o terreno, mas uma vez tendo semeado não pode fazer mais nada a não ser esperar pelos frutos. O desenvolvimento da planta não cabe a ele. Aqui está o segredo do Evangelho, este dará fruto não dependendo de quem o semeia. Cabe ao evangelizador semear a palavra, esta se desenvolverá segundo o coração dos ouvintes e a graça do Espírito Santo. Tudo se realizará sem que ele saiba como.
            É assim o crescimento do Reino de Deus na sociedade, na comunidade e na vida pessoal de cada um. Deus opera silenciosamente em nós uma transformação, fazendo brotar do fundo de nossas almas decisões de uma maior fidelidade ao Evangelho de uma correspondência maior a sua graça. O Espírito Santo com a s suas inspirações vai dando um tom sobrenatural aos nossos desejos e obras. Se formos dóceis as suas inspirações o Espírito Santo vai formando a imagem de Jesus Cristo em nós.  
Somos o grão de mostarda em relação à tarefa que o Senhor nos confiou no meio do mundo. Não devemos esquecer a desproporção entre os meios ao nosso alcance e a vastidão do apostolado que devemos realizar; mas também não podemos esquecer que sempre teremos a ajuda do Senhor. Surgirão dificuldades, e então seremos mais conscientes da nossa insignificância e não teremos outro remédio senão confiar mais no Mestre e no caráter sobrenatural da obra que nos encomenda.
Quantas vezes queremos desanimar devido aos poucos frutos que colhemos em nosso apostolado.  Se não perdermos de vista a nossa fraqueza e a ajuda da graça, permaneceremos sempre firmes às expectativas do Senhor em relação a cada um de nós. Com Ele, podemos tudo.
Enfim ensina São Josemaria Escrivá: “Nas horas de luta e contradição, quando talvez “os bons” encham de obstáculos o teu caminho, levanta o teu coração de apóstolo; ouve Jesus que fala do grão de mostarda e do fermento. E sentirás a alegria de contemplar a vitória futura: aves do céu à sombra do teu apostolado, agora incipiente; e toda a massa fermentada” (Caminho, 695)