HOMÍLIA
DO VIGESIMO PRIMEIRO DOMINGO DO TEMPO COMUM
Depois da entrada na
terra prometida Josué reúne Israel e o desafia a uma decisão: “A quem quereis
servir? Ao Senhor ou aos deuses de Canaã?” Na realidade a proposta é ou Deus ou
is ídolos. De pronto Israel responde: Longe
de nós abandonarmos o Senhor. Queremos servir ao Senhor. Resposta vigorosa que
nem sempre corresponderá na prática Quantas vezes Israel se afastará do Senhor,
mesmo reconhecendo que ele é o único Deus a maior parte não será fiel.
Mas como servir ao
Senhor? Como segui-lo? Onde encontraremos as suas normas e diretrizes para bem
segui-lo? Aqui está a questão. Querer seguir ao senhor todos querem, mas
infelizmente cada um a seu jeito.
Quando batizados também
nos foi proposto o seguimento do Senhor. Ali eram os nossos pais quem deram a
resposta. Mas em cada liturgia, na recitação da profissão de fé testemunhamos a
nossa opção em seguir ao Senhor. Não queremos ficar longe do Senhor. Porém,
muitas vezes a sua linguagem é dura e como os discípulos do Evangelho nos
afastamos dele, ou então, pior ainda construímos um evangelho partindo de
nossas ideias e atitudes. Criamos na realidade um ídolo que não pode nos
questionar. E ficamos muito satisfeitos.
Somos neste domingo
chamados a refletir que não basta escolher Deus uma vez na vida, mas que é
preciso renovar cada dia essa escolha, recordando que é impossível servir a
Deus e ao mundo.
Ao concluir o discurso
sobre o pão da vida também Jesus impõe uma escolha: segui-lo aceitando o
mistério da eucaristia, ou separar-se dele. As palavras de Jesus escandalizam
não somente os judeus, mas também os seguidores de Jesus. Porém o Senhor não
cede pelo contrário adverte a necessidade da fé. Esta fé que nos é
oferecida como dom no batismo.
Para seguir Jesus é necessária a fé. Crer em tudo aquilo que Deus nos
propõe. Como é difícil caminhar na obediência da fé, principalmente para o
homem moderno. Obedecer na fé é submeter-se livremente à palavra
escutada, por a sua verdade ser garantida por Deus, que é a própria verdade.
Não há outro meio para seguir Jesus. O papa Bento XVI afirma que “A PORTA DA FÉ, que introduz na vida de comunhão com Deus e
permite a entrada na sua Igreja, está sempre aberta para nós. É possível cruzar
este limiar, quando a Palavra de Deus é anunciada e o coração se deixa plasmar
pela graça que transforma. Atravessar esta porta implica embrenhar-se num
caminho que dura à vida inteira”.