terça-feira, 14 de agosto de 2012

HOMÍLIA DO DECIMO QUARTO DOMINGO DO TEMPO COMUM


HOMÍLIA DO DECIMO QUARTO DOMINGO DO TEMPO COMUM
A liturgia deste domingo denuncia um dos pecados mais graves da casa de Israel e podemos dizer que um dos pecados mais grave de todo o Povo de Deus: a falta de fé. Se a idolatria caracterizava o pecado das nações pagãs, a incredulidade afeta o próprio povo de Deus.
Na primeira leitura o profeta chama o povo de “nações de rebeldes, filhos de cabeça dura e coração de pedra”. Estas palavras não são somente para Israel. Somos também um povo de cabeça dura, rebeldes, colocamos muitas dificuldades para aderir ao Senhor, não queremos abrir mão de nossas comodidades, enfrentar uma conversão séria, com um desejo sincero de mudança de vida. Nem sempre acolhemos a Palavra do Senhor. Quantas vezes resistimos e colocamos os nossos próprios argumentos ou nossa própria sabedoria quando a Igreja nos ensina o caminho da vida.
A maior crise da Igreja Católica é a falta de fé. Quantas dificuldades em acreditar na Palavra de Deus.  Demonstramos falta de fé quando ao lermos o Evangelho, chegamos à conclusão que tudo aquilo é impossível ser vivido, que não podemos chegar a metas tão altas, que a santidade é coisa para poucos. Ao escutar o Magistério da Igreja ensinando as exigências do amor de Deus, criticamos e não nos dispomos a seguir pelos caminhos que o Senhor deseja e que o Papa e os Bispos em comunhão com ele nos transmitem.
            Sinas de falta de fé. A vida cristã se torna árida, distante.  Nestas situações Jesus não pode fazer nenhum milagre em nossas vidas. Ele não encontra acolhida, a fé dos milagres. Em Nazaré não fez milagres, não porque Lhe faltasse poder, mas como castigo da incredulidade dos seus concidadãos. O que aconteceu em Nazaré pode acontecer também hoje na Igreja e com cada um de nós.
A segunda leitura nos ensina que é necessário aprender a olhar as pessoas e os acontecimentos com a luz da fé. Foi com esses olhos que S. Paulo encarou o seu ministério apostólico. Sentia em si a fraqueza, o pecado. A sua miséria o leva a desanimar. Recebeu, porém, de Deus uma resposta: “Basta-te a minha graça, pois é na fraqueza que a força se manifesta”. Ao contar com a ajuda de Deus, Paulo tornava-se mais forte.
As dificuldades podem converte-se num bem. São Tomás explica que Deus pode permitir algumas vezes certos males para obter bens maiores ou mais necessários. O Senhor nunca nos abandonará no meio das provações. A nossa própria debilidade ajuda-nos a confiar mais, a sermos mais humildes. “Com fé no Senhor, apesar das nossas misérias, seremos fiéis ao nosso Pai – Deus, e o poder divino brilhará, sustentando-nos no meio da nossa fraqueza” dizia São Josemaria Escrivá.
Na nossa fraqueza, experimentamos constantemente a necessidade de recorrer a Deus. Quantas vezes o Senhor nos terá dito na intimidade do nosso coração: Basta-te a minha graça, tens a minha ajuda para venceres nas provas e dificuldades!
Façamos nesta liturgia um sério exame de consciência. A falta de solução para aquelas dificuldades que estou enfrentando não será por que eu com a minha incredulidade estou impedindo que o Senhor atue de forma mais eficaz em minha vida?

Nenhum comentário:

Postar um comentário