sexta-feira, 15 de junho de 2012

HOMÍLIA DA SOLENIDADE DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS

HOMÍLIA DA SOLENIDADE DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS
Estamos celebrando hoje a festa do Sagrado Coração de Jesus. Não é por acaso que as aparições a Santa Margarida Maria deram-se num momento crucial em que se pretendia afirmar a secularização e que a devoção ao Sagrado Coração apareceu sempre como o mais característico de todos os movimentos que resistiram à descristianização da sociedade moderna. A chamada Grande Revelação foi feita a Margarida Maria durante a oitava da festa do Corpus de Deus de 1675.
Mostrando o seu Coração divino, Jesus confiou à Santa: “Eis o Coração que tanto amou os homens, que nada poupou, até se esgotar e se consumir para lhes testemunhar seu amor. Como reconhecimento, não recebo da maior parte deles senão ingratidões, pelas suas irreverências, sacrilégios, e pela tibieza e desprezo que têm para comigo na Eucaristia. Entretanto, o que Me é mais sensível é que há corações consagrados que agem assim. Por isto te peço que a primeira sexta-feira após a oitava do Santíssimo Sacramento seja dedicada a uma festa particular para  honrar Meu Coração, comungando neste dia, e O reparando pelos insultos que recebeu durante o tempo em que foi exposto sobre os altares”. “Prometo-te que Meu Coração se dilatará para derramar os influxos de Seu amor divino sobre aqueles que Lhe prestarem esta honra”.
 Jesus apareceu-lhe numerosas vezes de 1673 até 1675. Eis algumas de suas promessas aos devotos do seu Coração: “Os fiéis acharão, por intermédio desta devoção amável, todos os socorros necessários ao seu estado, ou seja, a paz nas suas família, o alívio nos seus trabalhos, as bênçãos do Céu em todas as suas empresas, a consolação nas suas misérias, e é propriamente neste sagrado Coração que alcançarão um lugar de refúgio durante toda a vida e principalmente na hora da sua morte”.
            “O Meu divino Salvador fez-me compreender que aqueles que trabalham pela salvação das almas encontrarão a arte de comover os corações mais endurecidos e trabalharão com um êxito maravilhoso se eles mesmos estiverem penetrados de uma terna devoção ao divino Coração”.
“Asseverando-Me que Ele recebia um contentamento singular em ser honrado sob a figura deste Coração de carne, cuja imagem desejava fosse exibida em público, com a finalidade – acrescentou – de tocar por seu intermédio o coração insensível dos homens; prometendo-me que derramaria em abundância todos os dons que possui em plenitude sobre todos aqueles que O honrassem; e que em todo lugar em que esta imagem fosse ostentada para ser objeto de especial honra ela atrairia toda sorte de bênçãos”.            Santa Margarida dizia: “Sinto-me totalmente imersa neste divino Coração; (...) estou como num abismo sem fundo onde Ele me revela os tesouros de amor e de graça que concede às pessoas que se consagram e sacrificam para lhe render e alcançar toda a honra, amor e glória de que são capazes”.
“Confirmou-me que o contentamento que recebe em ser amado, conhecido e venerado pelas suas criaturas e tão grande que prometeu-me que todos aqueles que Lhe sejam devotados e consagrados não morrerão jamais sem os últimos sacramentos”.
 “Numa sexta-feira, durante a Sagrada Comunhão, disse estas palavras à sua indigna escrava: “Prometo-te, na excessiva misericórdia do meu Coração, que o seu amor onipotente obterá a todos aqueles que comunguem nove primeiras sextas-feiras do mês seguidas à graça da penitência final, que não morrerão na minha desgraça, sem receber os seus sacramentos e que o Meu divino Coração será o seu refúgio assegurado no último momento”. “Nada temas, Eu reinarei apesar dos meus inimigos e de todos aqueles que procurarão opor-se”.
 No final de sua vida a santa dizia: “Este amável Coração reinará, apesar de Satanás. Isto me arrebata de alegria. Afinal reinará, este amável Coração, apesar de todos os que haverão de se opor. Satã e todos os seus seguidores serão confundidos”.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

HOMÍLIA DO DECIMO DOMINGO DO TEMPO COMUM

HOMÍLIA DO DECIMO DOMINGO DO TEMPO COMUM
Ouvimos na primeira leitura a revolta do homem contra Deus. Este homem tão rico em dons não teria decidido por si só a se revoltar contra Deus. Deus era uma realidade tão soberana e perfeita que jamais o homem teria ousado desobedecer a seus preceitos se a tentação não tivesse vindo de fora.
Uma força exterior agiu no homem para pôr em ação as possibilidades do mal que já estava nele. A presença misteriosa emas real do tentador, de Satanás se faz sentir desde as primeiras paginas da Bíblia.
Satanás é um ser pessoal e invisível, mas cuja ação se manifesta pela atividade de outros seres ou pela tentação. Contudo o poder de Satanás não é infinito. Ele é uma criatura, poderosa pelo fato de ser espírito, mas não pode impedir a construção do Reino de Deus. Mas não esqueçamos que ele atua no mundo por ódio contra Deus e sua ação causa graves danos de natureza espiritual e de modo indireto até de natureza física para cada homem individual, mas também para a sociedade, porém esta ação é permitida pela natureza divina que assim educado o homem a buscar a proteção de Deus. Um inimigo que não devemos ignorar e nem desprezar.
Um padre do deserto um dia foi vender cestos na cidade. Chegando lá encontro sentado no muro da cidade um demônio. O padre entrou vendeu os seus cestos e quando foi saindo perguntou ao demônio por que ali na cidade onde tinha tanta gente só tinha um único demônio enquanto que no deserto existiam aos milhares. O demônio respondeu que na cidade todos já estavam dominados, enquanto que no deserto as pessoas não se rendiam ao poder do mal, pois rezavam continuamente. Por isso havia tantos demônios.
O cristão não deve ter medo do Demônio, pois em Cristo somos vitoriosos. Toda a vida pública de Jesus foi uma luta contra Satanás. Uma das principais ações de Jesus é expulsar os demônios. Jesus coloca as coisas no seu devido lugar! Nele trava-se o grande combate entre o bem e o mal, entre Deus e Satanás, o adversário da humanidade. Jesus é mais forte do que o príncipe dos demônios. Veio a este mundo para combatê-lo. Vence-o no deserto após o seu batismo; vence-o expulsando os demônios. É Ele o homem forte que guarda a casa. Tudo isso Ele o faz pelo Espírito Santo e não por algum espírito imundo.
Poderemos vencer Satanás colocando em prática a vontade de Deus. Os nossos primeiros pais foram derrotados por que ao invés de ouvir a Palavra de Deus escutaram a palavra da serpente. É imprescindível a escuta da palavra, o contato com a Palavra, é ela que nos cura e nos liberta.

HOMILIA DA FESTA DA SANTÍSSIMA TRINDADE

HOMILIA DA FESTA DA SANTÍSSIMA TRINDADE
Toda a vida da Igreja está impregnada pelo Mistério da Santíssima Trindade. E quando falamos aqui de mistério, não pensemos no incompreensível, mais na realidade mais profunda que atinge o núcleo do nosso ser e do nosso agir.
Cristo é quem nos revela a intimidade do mistério trinitário e nos convida para que participemos dele.  Ele revelou-nos também a existência do Espírito Santo junto com o Pai e enviou-o à Igreja para que a santificasse até o fim dos tempos; e revelou-nos a perfeitíssima Unidade de vida entre as Pessoas divinas.
Por ser o mistério central da vida da Igreja, a Santíssima Trindade é continuamente invocada em toda a liturgia. Fomos batizados em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, e em seu nome perdoam-se os pecados; ao começarmos e ao terminarmos muitas orações, dirigimo-nos ao Pai, por mediação de Jesus Cristo, na unidade do Espírito Santo. Muitas vezes ao longo do dia, nós, os cristãos repetimos: Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
A Santíssima Trindade habita na nossa alma como num templo. E São Paulo faz-nos saber que o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado. E aí, na intimidade da alma, temos de nos acostumar a relacionar-nos com Deus Pai, com Deus Filho e com Deus Espírito Santo. Dizia Santa Catarina de Sena: “Vós, Trindade eterna, sois mar profundo, no qual quanto mais penetro, mais descubro, e quanto mais descubro, mais vos procuro”.
Imensa é a alegria por termos a presença da Santíssima Trindade na nossa alma! Esta alegria é destinada a todo cristão, chamado à santidade no meio dos seus afazeres profissionais e que deseja amar a Deus com todo o seu ser; se bem que, como diz Santa Teresa, “há muitas almas que permanecem rodando o castelo (da alma), no lugar onde montam guarda as sentinelas, e nada se lhes dá de penetrar nele. Não sabem o que existe em tão preciosa mansão, nem quem mora dentro dela”. Nessa “preciosa mansão”, na alma que resplandece pela graça, está Deus conosco: o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
A contemplação e o louvor à Santíssima Trindade são a substância da nossa vida sobrenatural, e esse é também o nosso fim: porque no Céu, junto de Nossa Senhora – Filha de Deus Pai, Mãe de Deus Filho, Esposa de Deus Espírito Santo: mais do que Ela, só Deus –, a nossa felicidade e o nosso júbilo serão um louvor eterno ao Pai, pelo Filho, no Espírito Santo.