HOMÍLIA
DO VIGESIMO QUINTO DOMINGO DO TEMPO COMUM
A
Igreja de Cristo forma o corpo de Cristo onde somos chamados a viver na
unidade, a seguir a sabedoria do alto, a termos um coração pacifico. O cristão
tem a missão de construir o Reino de Deus, reino de paz e de justiça. A
comunidade cristã deve ser lugar de reconciliação, do perdão e da festa. Mas
nem sempre vivemos assim, já desde os primórdios enquanto o divino Mestre
anuncia a sua morte iminente, os apóstolos estão discutindo sobre quem é o
maior, o mais importante.
Sempre
a maldita necessidade de se sobrepor aos outros, ser o grande, ser aquele onde
todas as coisas giram. O homem sempre deseja ser o “umbigo do mundo”. Ter como
diz São Paulo uma estima maior do que lhe convém. Dai, nascem às divisões, as
brigas, as guerras como afirma Tiago. Sabemos que isso não convém a cristãos.
Como dizia São Bernardo “como é que queremos ser coroados com uma coroa de ouro
enquanto o nosso Rei esta coroado com uma coroa de espinho?”.
A
carta de Tiago nos ajuda a responder de onde vêm as divisões. Colocamos a culpa
nos outros. São eles que precisam se converter. Tiago da outra resposta: O
problema não são os outros, mas as nossas paixões que fazem guerra dentro de
nós.
São
Doroteu de Gaza dá o seguinte exemplo: uma pessoa está em paz, de repente chega
alguém e o agride, ele se vê perturbado por uma palavra ofensiva ficando com raiva e diz em seu íntimo: “Se este irmão não tivesse
vindo me perturbar, eu não teria
pecado”. É um raciocínio
falso. O outro irmão apenas revelou a paixão que já estava no
coração dele. Assim, esse irmão
se parece com um pão de trigo puro, exteriormente de bom aspecto, mas que, uma
vez partido, deixasse ver sua podridão. Acreditava-se em paz, mas trazia uma
paixão que ignorava. Uma única palavra de seu irmão revelou a podridão
escondida em seu coração.
A
cura para as nossas paixões Jesus oferece no evangelho apresentando uma criança
aos apóstolos carreiristas: a humildade. A humildade encontra-se na raiz de todas
as virtudes. Ela remove os obstáculos para que a pessoa receba as graças de
Deus. A humildade se funda na verdade e na justiça. Dizia Santa Tereza D’Avila
que a humildade é a verdade. Ela nos concede o conhecimento mais profundo de
nós mesmos. São João Crisóstomo afirmava que: “Nada torna o cristão mais
admirável do que a sua humildade”
Um
dia santo Antão disse: Vi todas às emboscadas de Satanás espalhadas sobre a
terra para derrubar os cristãos. E disse
gemendo: quem poderá vencer estas armadilhas? E ouvi uma voz: a humildade.
Enfim
como diz São Gregório que nenhum orgulho se manifeste entre vocês, e sim a
simplicidade, a harmonia, e a atitude sensível, pois é isto que faz a
comunidade crescer.
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