HOMÍLIA
DO VIGESIMO SETIMO DOMINGO DO TEMPO COMUM
O homem traz em si a exigência do
encontro com um ser capaz de comunhão com ele. A estrutura sexual do homem e da
mulher, como toda a sua existência corporal deve ser compreendida como
presença, linguagem, reconhecimento do outro.
O mistério do homem e da mulher não está
no homem ou na mulher separadamente, mas na comunhão de toda a pessoa até um
verdadeiro diálogo fecundo e aberto. Neste diálogo entra a presença de Deus.
Ele se faz presente desde o primeiro instante da vida matrimonial dando a sua
benção e garantindo de sua parte a sua graça.
Na primeira leitura escutamos que o
profundo laço que une o homem e a mulher há duas características essenciais: é
superior a qualquer outro laço, inclusive o dos pais e é tão intimo que os dois
serão um único ser. Por isso que Jesus reafirma a indissolubilidade do vínculo
matrimonial que na antiga lei havia sido minimizada.
Uma criatura se dá a outra criatura
humana. Muito serio é o compromisso entre os dois. Jesus não entende o
matrimonio só como uma instituição exterior. Toda pessoa, até o mais íntimo de
seu ser, deve manter-se livre para a outra. Para Jesus trata-se de dar ao amor
a sua maior e mais duradoura oportunidade.
Na sociedade do descartável onde não se
tem coragem de assumir compromissos duradouros as palavras de Jesus são
consideradas duras. O individualismo não permite compromissos sérios. A
preocupação do homem pela própria felicidade o faz centrar-se em si mesmo impedindo-o
a doação. Mas, não esqueçamos que sem doação jamais conseguiremos ser felizes e
realizar a nossa existência com satisfação.
Através dos acontecimentos da vida o
amor entre o homem e a mulher é chamado a transformar-se e a se renovar tornando
o amor mais concreto, mais autêntico. O amor não envelhece, mas amadurece
fazendo-o ser mais adulto. Pois o amor do homem é parte do amor de Deus que é
eterno.
E
quanto aos irmãos que fracassaram em sua aliança conjugal e estão vivendo uma
nova união? O documento: Familiares
Consortio do papa João Paulo II exorta os pastores e a inteira comunidade dos
fiéis a ajudar os divorciados, promovendo com caridade solícita que eles não se
considerem separados da Igreja, podendo, e melhor devendo, enquanto batizados,
participar na sua vida. Sejam exortados a ouvir a Palavra de Deus, a frequentar
o Sacrifício da Missa, a perseverar na oração, a incrementar as obras de
caridade e as iniciativas da comunidade em favor da justiça, a educar os filhos
na fé cristã, a cultivar o espírito e as obras de penitência para assim
implorarem, dia a dia, a graça de Deus. Reze por eles a Igreja, encoraje-os,
mostre-se mãe misericordiosa e sustente-os na fé e na esperança.
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