HOMÍLIA
DO VIGÉSIMO OITAVO DOMINGO DO TEMPO COMUM
A liturgia deste
domingo fala do valor da sabedoria que deve ser buscada acima de todos os bens.
Salomão na primeira leitura pede a Deus sabedoria, mais do que qualquer outra
coisa. A riqueza passa, a sabedoria divina não se extingue, é eterna.
A sabedoria divina
comunica-se aos homens por meio da Palavra de Deus. Na segunda leitura
escutamos que esta palavra é viva e eficaz, penetra o mais intimo do ser humano
e tem o poder de julgar todas as suas ações.
Aquele que quer
deixar-se guiar pela sabedoria divina deve meditar a Palavra de Deus, deve
aceitar que esta penetre em seu coração para iluminar e assim ajudá-lo a se
desprender de todas as coisas que não estão em conformidade com ela.
No evangelho um jovem
pergunta a Jesus: O que é preciso fazer para alcançar a vida eterna? Jesus responde: além da pratica dos
mandamentos é preciso assumir os valores do Reino e segui-lo no caminho do amor
a Deus e da entrega aos irmãos. Porém não esqueçamos que a vida eterna é sempre
um dom gratuito de Deus, fruto da sua bondade, da sua misericórdia, do seu amor
pelo homem; no entanto, é um dom que o homem aceita, acolhe e com o qual se
compromete.
Ora, Jesus convida o homem rico a mudar de
mentalidade. Não se trata de vida eterna a ganhar, mas de seguir Jesus. A vida
eterna é estar com Jesus! Eis a grande transformação a que Jesus vem provocar.
Não se trata primeiro de fazer esforços para obedecer a mandamentos, trata-se
primeiro de entrar numa relação de amor com Jesus. Trata-se de descobrir que
Jesus nos ama. Por isso, “Jesus olhou para ele com amor”.
É este olhar que
transforma tudo. Jesus quer fazer compreender ao homem rico que lhe falta o
essencial: deixar-se amar em primeiro lugar, descobrir que todos os seus bens
materiais nunca poderão preencher esta necessidade vital para todo o homem de
ser amado. Senão, é impossível aprender a amar.
As riquezas são mesmo
um obstáculo ao amor, porque as pessoas se tornam egoístas e o amor para ser
verdadeiro precisa dizer ao outro: “Preciso de ti. Sem ti, serei pobre em
humanidade”. Aprendamos que só há uma riqueza verdadeira: ser humano e está só
adquirimos nos relacionando com os outros.
As riquezas do homem
impediram-no de ler tudo isto no olhar de Jesus. O homem partiu. Jesus não lhe
retirou o seu amor, acompanhou-o com o seu olhar de amor, como o pai do filho
pródigo.
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