HOMILIA
DA SOLENIDADE DE SÃO JUDAS
Estamos celebrando
neste domingo a festa do nosso padroeiro São Judas Tadeu. Celebramos a festa de
um apóstolo. A palavra apóstolo significa enviado. São Judas Tadeu discípulo de
Jesus depois foi enviado em missão para anunciar o evangelho.
Refletir
sobre a vida dos apóstolos significa refletir sobre o fundamento de nossa fé. É
claro que não pode haver outro fundamento senão Jesus Cristo. Somente ele é o
caminho, a verdade e a vida. Mas foi desejo de Jesus que a Igreja tivesse como
fundamento os apóstolos e os profetas.
Este ano o Papa Bento XVI lançou em toda a
Igreja o Ano da Fé. Há uma crise de fé na Igreja. Já não se acredita mais. Como
já dizia São Paulo somos "sacudidos pelas ondas e jogados cá e lá por
qualquer vento de doutrina?".
A nossa fé deve ser uma
fé adulta e "Adulta" não é a fé que segue as ondas da moda e das
novidades; adulta e madura é uma fé profundamente radicada na amizade com
Cristo, que nos abre a tudo o que é bom e nos dá o critério para discernir
entre verdadeiro e falso, entre engano e verdade. É esta fé adulta que devemos
maturar, é a esta fé que devemos guiar o rebanho de Cristo. Só esta fé - só a
fé - cria unidade e se realiza na caridade.
Quanto vento de
doutrina fomos conhecendo nestas últimas décadas, quantas modas de
pensamento... A fé de muitos cristãos foi frequentemente agitada por estas
ondas, atirada dum extremo ao outro. A
cada dia nascem novas seitas e se realiza o que disse São Paulo sobre o engano
dos homens, sobre a astúcia que instiga no erro. Ter uma fé clara, segundo o
Credo da Igreja, é muitas vezes etiquetado de fundamentalismo. Ao passo que o
relativismo (isto é, o deixar-se levar "de cá para lá por qualquer vento
de doutrina") aparece como a única atitude à altura dos tempos modernos.
Vai-se constituindo uma ditadura do relativismo que não reconhece nada como
definitivo e que deixa como última medida só o próprio "eu" e a sua
vontade (Bento XVI).
O católico com
frequência não conhece nem mesmo o núcleo central da própria fé, do Credo. Não
tem clareza sobre as verdades a serem acreditadas e sobre a singularidade
salvífica do cristianismo. Somente a fé que tem como base os apóstolos é que
pode nos dar o norte da nossa existência. Nesta festa convido a todos nós a
renovarmos a profissão de fé que veio dos apóstolos.
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