domingo, 16 de setembro de 2012

HOMILIA DO VIGESIMO QUARTO DOMINGO DO TEMPO COMUM


HOMILIA DO VIGESIMO QUARTO DOMINGO DO TEMPO COMUM
A liturgia deste domingo nos ajuda a refletir sobre o conhecimento que possuímos da pessoa de Jesus. Partindo da imagem que temos do Senhor viveremos o nosso discipulado. Sabemos que Jesus é mistério. Paulo dizia que desejava perder tudo para conhecer Jesus Cristo, mas o conhecimento de Jesus exige a convivência com ele, pois Jesus é uma pessoa, não uma ideia.
Diante da pergunta de Jesus Pedro responde ser ele o Messias, porém, Pedro não entendeu o tipo de messianismo de Jesus e quando Este lhes falou da cruz, Pedro começou a admoestá-lo que isso não podia acontecer com Ele. Jesus repreende a Pedro. No lecionário litúrgico a tradução das palavras de Jesus está do seguinte modo: “Vai para longe de mim, Satanás!”. Na realidade a tradução mais correta seria: “Vai-te para trás de mim, Satanás!”
Jesus ao repreender a Pedro é como se dissesse pó seguinte: Pedro eu sou o mestre, você é o discípulo. O discípulo não deve ir à frente do Mestre, por isso, você deve ir para trás de mim. Jesus não pede que Pedro se afaste D’ele e sim que Pedro seja discípulo. Nós queremos seguir Jesus ou nos colocamos a frente de Jesus com a nossa lógica humana como fez Pedro?
Os apóstolos pela boca de Pedro responderam quem era Jesus depois de dois anos de convivência com o Mestre. Para conhecermos Jesus temos que entrar em sua escola, seja o estudo da vida de Jesus o momento mais importante do nosso dia. É preciso abrir os evangelhos, estudá-los, rezar com eles e visita Jesus que nos espera no sacrário.
A primeira preocupação do cristão deve consiste em viver a vida de Cristo, em incorporar-se a Ele, como os ramos à videira. A nossa vida depende da vida de Jesus. A exigência do Senhor inclui renunciar a própria vontade para identificá-la com a de Deus.
As palavras de Jesus devem ter parecidos assustadoras para os discípulos. Jesus pede a renúncia de si mesmo, a carregar cada um a sua cruz e a segui-lo. A meta é a vida eterna. A vida terrena é transitória, relativa; é um meio para chegarmos ao céu. São Josemaria Escrivá dizia: “Tudo que te preocupa no momento, é mais ou menos importante- o que importa acima de tudo é que te salves”.
São Cesário de Arles dizia: “O cristão toma a sua cruz quando, começando a praticar a Palavra de Deus começa a ter muitos que o contradizem e o perseguem. E não somente os que estão de fora, mas também daqueles que parecem estar dentro do corpo da igreja, mas que na realidade estão fora devido às maldades dos seus corações. Os que se gloriam com o nome de cristãos, mas perseguem e maltratam os que vivem a Palavra de Deus. Quem pretende seguir Jesus deve tolerar os pecadores, as perseguições, as cruzes impostas pelos seus próprios irmãos”.
O levar a cruz que Jesus nos propõe não é difícil, pois ele mesmo promete a sua ajuda. O que o Senhor deseja é que cresçamos no amor. O homem amando a si mesmo perece, mas encontra a verdadeira vida negando-se a. Como dizia São João da Cruz “é perdendo tudo que encontramos o tudo”.
O fim do homem não é ganhar os bens temporais que são apenas meio, o fim último do homem é o próprio Deus. Jesus indica qual é o caminho para conseguir este fim: negar-se a si mesmo e levar a cruz. Por que nenhum bem terreno é comparável a salvação de nossa alma. Santo Tomás dizia: “O menor bem da graça é superior a todo o bem do universo”.
O conhecimento de Jesus passa pela ciência da cruz. Abracemos a cruz de cada dia, carreguemos a cruz do Senhor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário