sexta-feira, 6 de abril de 2012

HOMÍLIA DA QUINTA FEIRA SANTA

HOMÍLIA DA QUINTA FEIRA SANTA
            Recordamos hoje à véspera da paixão do Senhor a instituição da Eucaristia. Na primeira leitura escutamos a celebração da páscoa no povo de Israel. Comiam o cordeiro com ervas amargas lembrando a libertação da escravidão do Egito. Sabemos que todos os ritos do Antigo Testamento atingiram a sua plena realização em Jesus Cristo. Jesus é o verdadeiro cordeiro pascal que nos liberta e que se dá a nós, seus discípulos em alimento.
Assim como no tempo de Israel não podemos comer este Cordeiro sem que comamos também as ervas amargas. Não é possível entrar na terra prometida sem que antes passemos por amarguras, lembremos que Jesus falou “quem quiser me seguir tome a sua cruz e me siga”. Estas ervas amargas são as cruzes e as dificuldades próprias da vida cristã. Não pode comer da mesa do Senhor quem não tomar a cruz do Senhor.
Pela infinita misericórdia de Deus estamos todos na última ceia com Jesus, o momento é solene, o Filho de Deus sabia tudo o que ia acontecer e que a sua morte e ressurreição estavam próximas, por isso as suas palavras adquirem um tom especial de confidência e amor por aqueles que estava  a deixar neste mundo.
Sabia que havia saído das mãos do Pai e para este estava voltando, por isso consciente de que era o Filho de Deus, humilha-se voluntariamente até realizar a tarefa própria dos escravos. Ele próprio havia ensinado que viera a este mundo para servir e não para ser servido, aqui ele nos ensina exortando a que sirvamos uns aos outros com toda a humildade e simplicidade. São Josemaria Escrivá afirma: “Como aos seus discípulos o Senhor pode também dizer: ‘Dei-vos o exemplo’. Dei-vos exemplo de humildade. Converti-me em servo, para que vós saibais, com coração manso e humilde, servir todos os homens”.  
Tendo chegado este momento, rodeado pelos seus mais próximos colaboradores que acreditaram em sua palavra deixa os seus últimos ensinamentos e institui para eles a Eucaristia, fonte e centro da vida da Igreja.
O que Jesus fez pelos seus pode ser resumido em uma frase “amou-os até o fim”. Isto significa a intensidade do amor de Cristo, que vai até dar a sua vida. Porém, esse amor não termina com a sua morte, por que ele continua vivo e presente na Igreja agora através do pão e do vinho consagrado. Santo Agostinho dirá: “não nos amou só até aqui quem nos ama sempre e sem fim. Não se pode pensar que a morte tenha posto fim ao amor d’Aquele que não se extinguiu com a morte”.
Eis o maior dom do amor de Jesus, a Eucaristia, por isso a Igreja vive da eucaristia, ela é o seu centro de vitalidade, a razão da existência da própria Igreja, a fonte da sua santidade, a força da sua unidade e o vinculo de sua comunhão.

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